Alunas da UEPG relatam insegurança no campus onde houve tentativa de estupro: 'Não dá mais para continuar assim'

  • 08/05/2024
(Foto: Reprodução)
Na segunda (6), homem armado com canivete tentou estuprar funcionária, que se salvou com ajuda de universitários. Apesar de a polícia dizer que caso foi isolado, estudantes citam rotina de medo. Alunas da UEPG relatam insegurança após tentativa de estupro no campus Uma funcionária da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), nos Campos Gerais do Paraná, sofreu nesta semana uma tentativa de estupro dentro do maior campus da instituição. Um homem, armado com um canivete, a atacou com estrangulamentos e ela conseguiu se salvar com a ajuda de universitários. Segundo a Polícia Militar (PM) o caso foi isolado, mas alunas relataram à RPC a sensação de insegurança que têm na universidade. "Já é um histórico bem grande de situações parecidas, de alguém tentar abusar de alguém ou alguém chegar e seguir. Eu mesma já tive uma situação na rua do Hospital Universitário, que me seguiram... Às vezes, a gente fazia atividade física aqui, onde até aconteceu o incidente. [...] A gente fica se sentindo vulnerável", disse uma delas. Assista aos relatos acima. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp ✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram As universitárias pediram para não serem identificadas. Em entrevista, uma delas afirma que, depois do caso desta segunda, ficou ainda mais preocupada e que costuma pedir carona a colegas para não ter que andar a pé dentro do campus. "A gente acaba ficando um pouco mais preocupada mesmo durante o dia, porque a gente não sabe se a pessoa só iria fazer algo durante a noite mesmo. Mas, durante a noite, eu fico bem preocupada de andar sozinha quando eu preciso. E, geralmente, eu tento pedir carona para os colegas para não ter essa necessidade de andar sozinha pelo campus, porque, de qualquer forma, a gente está em um lugar que é aberto, todo mundo pode entrar aqui e é grande, né? É um lugar grande, qualquer pessoa pode entrar aqui e fazer alguma coisa e não ter alguma ajuda externa", desabafou. Uma terceira estudante reclamou da falta de estrutura de segurança da universidade. Segundo ela, a iluminação e o monitoramento feito por guardas são precários, por exemplo. "As cercas podiam ser muito bem substituídas por muros. A segurança devia ser redobrada no noturno. Os alunos têm medo de andar sozinhos. Têm medo se ser assaltados, estuprados, violentados ou algo do tipo", disse. Ela também afirmou que os investimentos recentes não foram suficientes para a segurança do campus. A estudante cita que a universidade reforçou a iluminação, mas que o campus segue escuro em muitos pontos. "Eles só colocaram postes em lugares específicos, onde eles acham que o pessoal circula. Mas não é só ali. Todo mundo circula no campus inteiro, porque tem que ficar trocando de bloco em bloco para as aulas. Então, a gente pede: por favor, façam alguma coisa porque não dá mais pra continuar assim. Não dá", destacou. Leia também: Assédio na UEPG: Professor é demitido após enviar mensagens com conteúdo sexual para aluna Ponta Grossa: Jovem com deficiência auditiva morre atropelado por trem enquanto caminhava em trilho Homem atropelado morreu: PM envolvido em atropelamento por viatura disse em boletim de ocorrência que vítima caiu UEPG e PM prometem reforçar segurança da universidade Em coletiva de imprensa realizada na terça-feira (7), o vice-reitor da UEPG, Ivo Mottin Demiate, afirmou que a universidade vai investir na iluminação do campus e em mais câmeras de segurança. "As câmeras serão instaladas de modo imediato em locais com pouca cobertura", garantiu Demiate. O comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Alexandre Dias Lopes, também afirmou que vai intensificar o policiamento dentro do campus de Uvaranas. Tentativa de estupro dentro da universidade Funcionária é vítima de tentativa de estupro dentro de campus da UEPG Reprodução/RPC A tentativa de estupro aconteceu no campus de Uvaranas no início da noite de segunda-feira (6), por volta das 18h30, quando a funcionária voltava para casa. Conforme boletim de ocorrência e relato da própria vítima, ela foi ameaçada com um canivete e foi estrangulada três vezes com golpes de "mata-leão". Saiba mais detalhes do caso. A vítima conseguiu se salvar com a ajuda de alunos, que acionaram a polícia e ajudaram nas buscas pelo suspeito. Até a publicação desta reportagem, o homem não havia sido identificado. A Polícia Militar (PM) fez buscas no local, mas não encontrou o suspeito. Segundo a Polícia Civil, um inquérito foi aberto para investigar o caso e tentar identificar o homem. Em nota, a universidade disse que está em contato com a PM para acompanhamento do caso e que prestará atendimento jurídico e psicológico à vítima. "Caso qualquer usuário(a) dos campi da UEPG presencie situações de perigo ou anormalidade, a Vigilância pode ser acionada, por meio do (42) 99912-0004", complementa o texto. Campus possui mais de 1 milhão de metros quadrados Campus Uvaranas da UEPG Divulgação De acordo com dados oficiais da UEPG, o campus de Uvaranas possui mais de 1,1 milhão de metros quadrados. O tamanho equivale a 162 campos de futebol. A instituição afirma que trabalha com 41 vigilantes efetivos, mais 36 vigilantes terceirizados. "Em Uvaranas, há 13 postos de vigilância 24 horas, com um encarregado por turno com veículo tático. Na região da ocorrência há sete câmeras de segurança (uma no Bloco G; quatro nos prédios do Litec e Cetep; e duas no Observatório Astronômico)", explica. A assessoria da universidade também detalha que, no total, há 250 câmeras de monitoramento no local, sendo que 112 foram instaladas nos últimos cinco anos. "Há, ainda, uma base da Polícia Militar em Uvaranas, que presta apoio na segurança do Campus", complementa. Canais de atendimento da UEPG A UEPG detalha os canais de atendimento e projetos próprios que buscam acolher e encaminhar denúncias de assédio e violências na UEPG. Veja abaixo: Núcleo Maria da Penha (Numape): 42 98881-0663; Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos da Infância e Juventude (Neddij): (42) 3220-3448 e (42) 2102-8942; Canal de Escuta Gênero e Diversidades, da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae): 42 3220-3237; Vigilância da UEPG: (42) 99912-0004. A universidade também lembra que o Hospital Universitário da UEPG ainda é referência na região para atendimento de pessoas vítimas de violência. VÍDEOS: Mais assistidos g1 PR Leia mais notícias da região em g1 Campos Gerais e Sul

FONTE: https://g1.globo.com/pr/campos-gerais-sul/noticia/2024/05/08/alunas-da-uepg-relatam-inseguranca-no-campus-onde-houve-tentativa-de-estupro-nao-da-mais-para-continuar-assim.ghtml


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